Até depois

Não partas, meu amor, que eu fico num tormento

Sou pedra de silêncio, sozinha no caminho

Sou chuva que se alteia ao sabor do vento

Um pobre sem saber qual é o seu destino.

Um cálice, um lamento, gemer de solidão

São horas que te espero, são horas que não chegas

A raiva que me aperta, que esmaga o coração

São flores, meu amor, que a vida leva secas.

Trago na voz solidão, o ser na vida um triste

O grito d'uma noite, teu corpo que não chega

E a ânsia que me escorre, que dói e que persiste

Minha taça, meu veneno, de loucura e d'incerteza.

Nao sei porque te espero, se quero ou não te quero

A vida é uma roda, tudo volta ao que já foi

Eu amo o teu olhar, mentiras não tolero

Adeus, digo-te adeus, adeus e até depois.