PROFECIA

Oh, triste sina de nascer sem horizonte certo

Do enlace de duas almas torturadas pelo sistema opressor

Juraram amor eterno, mas difícil é segurar a pena em desacerto

As mesmas dificuldades dos pais, velhos gatilhos de dor

Preconceito, cor, pobreza, realidade viva e crua

Aceitação alienada, realidade subjetiva e plena

Fome, moradia, criminalidade, doença, tintas da tristeza nua

Todo esforço, o sangue no suor de uma alma altiva e serena

Mas ainda não são suficientes para vencer a casta imponente

Que nos oprime e nos impede de alcançar um futuro diferente

Estudar é a profecia, para libertar o descontente

Para transformar esse lamento em uma epopeia singela

Que a força das palavras possa mudar a nossa sina

E que a esperança floresça em meio à escuridão que domina