NAU DE MIM

Eu precisava sair dessa rotina,

Para arrumar o que havia em desacordo;

E, singrando este mar eu me recordo,

Que Deus espelhou no céu a minha sina.

Melancólico, vi, pela retina,

A minha vida passar à estibordo;

Ninguém devia mesmo seguir a bordo

Numa viagem que nunca se termina.

Isso às vezes parece uma tolice;

Mas, o mais importante na velhice,

São os anos que restam para sonhar.

O sol que se punha dourava a praia,

Dizendo ao longe que não me retraia...

E se escondeu p'ra não me ver chorar.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 29/01/2024
Reeditado em 11/04/2024
Código do texto: T7987296
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