A JANELA
No envelhecido pano da cortina
Um feixe luminoso resplandece
Pela fresta entreaberta ele aparece...
Bem em cima de mim se descortina.
Que paisagem é essa que se oferece
Pela minha fatigada retina?
Será outra distração que me alucina
Ou a resposta Divina a minha prece?
Já fazia três noites qu'eu não dormia,
Rezando para que a virgem Maria,
Me desse outra vida; não mais aquela.
E foi assim que retirando do meu olho
A trave que atravancava o ferrolho,
Ela me fez abrir esta janela.