MÁGOA ESCURA

Dentro de mim, habita uma mágoa escura;

Parece um corvo tentando voar para longe.

Abandonar essa velha dor que enclausura.

Libertar-se do tormento que n'alma esconde.

Gritei para' lua pálida no céu: __Clemência?

Dela não precisarei mais! Só da escuridão.

As estrelas perduraram em dormência...

Faz tempo que me acostumei com a solidão.

Com as notas melancólicas das músicas.

Sou um final trágico dum livro indecifrável;

Poesia que desvanece nas últimas súplicas.

Sinto ainda as ásperas asas da tua agonia;

O teu grasnar a tilintar nos meus ouvidos.

Até que, por fim, na memória se atrofia.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 19/02/2024
Reeditado em 22/02/2024
Código do texto: T8002058
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