SONETO EM DOR MAIOR

 

A dor de ver-te frágil me atravessa

Inunda meus remansos, minhas praias,

Com densos véus cinzentos de cambraias

Do ocaso do viver, que esvai depressa.

 

A dor de ver-te assim, em mim impressa,

Quando, a sonhar, por vezes, tu ensaias

Partir nas verdes asas das jandaias

No rúbeo pô-de-sol, que sangra à beça...

 

As tuas mãos, que foram porto e cais,

Agora estão instáveis por demais,

Tremulam mais que garças contra o vento...

 

Renascerás, porém, dos teus poemas

Que expressam teus pensares e dilemas,

Dos versos teus, escritos a contento.

 

EDIR PINA DE BARROS

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 20/02/2024
Código do texto: T8003429
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