SONETO A DOIS AMORES

 

Não queria vos dar minhas sobras de vida
Meus retalhos de amor, pedaços de paixão.
Vos daria, se pudesse, todo o coração
Mas não posso... tenho minh'alma dividida!

Já meu dono não sou. Meu delírio e emoção
São vossos, porque me destes nome e guarida;
Quando fui enganado pelo amor, sem medida,
Vós, somente, juntastes meus cacos do chão!

Por isso, vos amo co' a mesma intensidade
Com o mesmo fervor e com o mesmo instinto
Que dir-se-ia serem uma e a mesma mulher!

E o que devo fazer se não tenho vontade
De fugir desse amor que por vós ainda sinto?
Escolher uma ou outra?... bem-me-quer, mal-me-quer?!...

 

Melgaço, Pará, Brasil, 19 de janeiro de 2012.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
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