Reminiscências em um bosque antigo

Ia a noite cobrindo o campo santo,

Tuas cruzes enlutavas o luar,

E assim como uma estrada sem um canto,

Vigiava-lhe calado sem cantar.

Levavas do poente o seu encanto,

E no peito um velho sino a dobrar...

O silêncio que ouvistes o meu pranto

Já não ouves mais aqui eu prantear.

A lua amiga que olha os trovadores,

Seguia-me distante e vagarosa,

Envolta pela seda dos palores...

E era o mesmo sonho que tu sonhaste:

Na estrada vicejavas uma rosa

Que o vento da manhã não desfolhaste...

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 24/02/2024
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