EMPRÉSTIMO CONSIGNADO

No vínculo da consignação infinda,

O homem se vê escravo, enfim cativo,

Ao grupo financeiro, o ouro da dinda,

Vende a liberdade, num pacto corporativo.

Vinte mil ao bolso, cinquenta ao vento,

Assim o contrato soa definido,

Em anos, o devedor segue, lento,

Pagando o que não viu, mal percebido.

Bebidas, luxo, prazeres supérfluos,

Em troca de um trabalho exaustivo,

O corpo é livre, mas os laços são iníquos.

E assim, na trama do sistema ativo,

O devedor se vê, em passos perpétuos,

Na nova escravidão, será eterno cativo.