METAMORFOSE

Abrem-se portais, por onde engulo

Os fios que teço e guardo - fremente!

Passagens, essenciais, ao ser regente

Que das garras de ânsia se faz cúmulo.

O crânio inchado é apenas casulo,

Do farto miolo, ousado e crescente

E o sangue, em que se ferve, incandescente,

É a chama da alma antes do pulo...

Dentro crepita a forma, imatura,

Crisálida na forja, ninfa pura

Que bebe ao ente as cores, tão gulosa!

Eis que chega a hora! Já matura,

Lança-se, à mão parteira, em tal nervura

E nasce um verso em asas... Mariposa!

15-03-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 15/03/2024
Reeditado em 21/03/2024
Código do texto: T8020358
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.