Morador de rua

Magro, pálido, esquelético, moribundo.

Um andarilho soturno à vida entregue,

Ou à morte, tal qual reles vagabundo,

Sobrevive do mínimo que consegue.

Na esquina, um preconceito ao fundo,

Ninguém o vê, e o seu caminho segue,

Sem uma palavra, ou só um segundo

Para si, pois não há quem o enxergue.

Chega a noite e com lentas passadas,

Mostra então a todos a verdade crua.

Tomando conta das nossas calçadas,

Tendo como companhia a luz da lua,

Testemunha do frio das madrugadas...

Esse é o nosso irmão, morador de rua.

Recife, 10/03/24

Luís Xavier
Enviado por Luís Xavier em 16/03/2024
Código do texto: T8021006
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