A ESPERANÇA CRUCIFICA #MR#

Na alma sinto a dor que me consome

Ao ver meu filho chorar de fome

A farinha acabou, o chibé não há

As frutas silvestres já não se encontram no ar

O pé de camapu já não floresce

E ele, no chão frio faz uma prece

Grita por um guisado de camaleão

Enquanto a seca leva o palmito do chão

O fiado se acumula, a conta não fecha

A angústia e a tristeza ferem-me como flechas

Na minha alma, a dor se intensifica

Diante da impotência e da fome que crucifica

No anonimato do lar, a miséria se revela

A beleza se perde, a realidade é uma cela.