NA MÃO DO ENSINO #MR#

Oh, bela ironia desta sociedade,

Onde os pobres vêem com alegria

Seus filhos fazendo macacada em plena via,

E achando graça na ignorância sem piedade.

Acreditam em contos de fadas, em papai Noel,

Enquanto os ricos, desde cedo, aprendem

Inglês, matemática e economia, veem o que perdem,

Com exaustiva exigência em cada quartel.

Tal educação nos molda o destino,

De um lado, a ignorância e a ilusão,

Do outro, o conhecimento e a razão.

Qual dos dois, então, terá o caminho torto?

O pobre, na criminalidade, ou o rico, na prostituição?

A linha tênue entre o bem e o mal, na mão do ensino.

O filho do pobre, ao chegar da escola,

Não sabe onde deixou seu caderno amado,

Enquanto o filho do rico, tão marcado,

Está no colégio interno, e não enrola.

O pobre, sem atenção, para a escola,

Foca no pancadão, tão animado,

Enquanto o rico, tão bem-educado,

Faz curso em alemão, é o que desenrola.

Mas a tecnologia, que nos abraça,

Pode ser usada para diminuir

Essa diferença que existe na raça.

O pobre, que não crê em sua sorte,

Se acreditar na sua inteligência vai evoluir,

Será rico em tudo que suporta, e terá porte.

Mil ofertas prontas a me esperar

Se eu não me dedicar aos meus estudos

Um cafetão quer me manipular

Um traficante quer me usar em seus absurdos

O patrão quer me assediar como doméstica

O político me oferece cargo em troca de favores

Tantas propostas para me tentar em amores

Tantos interesses a me rodear, estatística

Mas prefiro o caminho da verdade

Buscar meu lugar com dignidade

Sem me deixar levar pela vaidade

Pois no fim das contas, o que realmente importa

É o esforço e a dedicação

Que me levarão a uma vida de valor e gratificação.