Árvore frondosa

Prefiro mil vezes a nenhuma,

Coisa qualquer que se escreva,

Ninguém na vida a quem eu deva,

ou futilidade aleatória, em suma.

Seja então a estrada pedregosa,

O rumo incerto a que me atreva,

a paisagem louca que descreva,

longe da racionalidade em prosa.

E tudo será dito sutilmente,

Toda árvore decantada é frondosa,

Ao cabo, poesia não se lê, se sente.

O poeta quase deixa de ser gente,

Pois a vida não é precisa, é preciosa,

E o *sentir* é a vida transcendente.