A Caveira

Uma caveira horrenda, no abandono,

Erguendo-se da terra onde dormia

Junto a meu leito, pálida, sorria

Dos pesadelos tristes do meu sono.

Ficou-me horas do seu negro trono

- Enquanto eu, pálido de horror, tremia -

A olhar-me pela órbita vazia

Como se fosse o meu severo dono.

E sem ligar pras preces que, tremente,

A debater-me em pânico eu fazia

O mostro aproximou-se calmamente

Fechou-me os olhos co'a falange fria

E fez-me adormecer completamente

Do sono em que jamais acordaria.

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 05/01/2008
Reeditado em 07/01/2008
Código do texto: T804045
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