Vão-se-me

Dos versos para ti, dantes, nada existe

A lembrança é algo de um pouco valor

A poesia, vazia, está sem aquele amor

Que um dia foi certo, da poética saíste

Porque assim como chegaste, partiste

Cessando o peito que batia com ardor

Sangrando n’alma, criando tom de dor

Na prosa, chorosa, suspirante e triste

O tempo anda, a emoção sai do cais

E a sofrência apenas lesão no sentir

E o coração atrelado em outras elos

De quanto foi outrora, nada tem, mais

Nada, daquela sensação, só o resistir

Vão-se-me uns após uns, dos flagelos.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

14 abril, 2024, 12’04” – Araguari, MG

Canal do YouTube:

https://youtu.be/cXGrtlG31NY

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 14/04/2024
Código do texto: T8041475
Classificação de conteúdo: seguro