Homem Velho

O céu desponta uma saudade branca

Feita em cetim e aromas; melodias

Sempre enlutando meus finados dias,

E a minha dor é cada vez mais franca.

Toda alegria do meu peito arranca

Com suas mãos compostas de ardentias;

Minh’alma é triste, prostro em letargias

Como um retrato vivo de carranca.

O meu futuro, sei que não me espreita;

Não sei se passo pela porta estreita

Conforme indica o texto do Evangelho.

E vou assim, do jeito que consigo,

Vejo Jesus... o sigo, sigo e sigo,

Mas me mantenho sempre o “Homem Velho”.

Vinhedo, 16 de abril de 2024