Desamparo

Por entre ruas, tenho clamado,

já por um canto inóspito, vagante,

cativo do infortúnio vil e errante,

por desprezíveis, sendo desprezado.

E tenho sido ainda perturbado

pela mágoa cruel e exorbitante,

sentindo a dor tirana e exasperante

de um coração que nunca fora amado!

Sinto-me o completo e único estranho

neste mundo sobejo de tamanho,

almejando do amor algum reparo...

E sinto, num efêmero lampejo,

por entre tanto ódio malfazejo,

um frio sepulcral de desamparo!

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 21/04/2024
Código do texto: T8046706
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