Soneto Herege
Li num São Documento mendaz
Que o homem é, de Deus, criação
Quão melhor! Quão bela invenção!
Obra-prima de gosto mordaz
Mas que estulto seria capaz
De crer em tal profanação?
De Deus, pois, não sois criação
O contrário, no entanto, é veraz
Ao que o homem mostrou-se incapaz
Em premente ânsia e furor
Concebeu o próprio Criador
É o rebento da mente tenaz
Num último aflito clamor
Por uma referência de amor