RÉPLICA EM HOMENAGEM a Florbela Espanca

Lendo teus versos de profunda avidez

Secretamente, como quem pede licença,

Pude compreender essa tua dor imensa

Entre acordes sutis de languidez!

Foste à flor mais bela que existiu

A versejar entre rendas toda a sorte

Num gesto brusco de encontro à morte

Cedo te foste... tão sozinha partiu!

Deixando para trás os sofrimentos,

Num túmulo de saudades os teus lamentos,

A se decompor em lágrimas os teus desejos;

Como névoa a flutuar o amor desfeito,

A mágoa a sangrar dentro do peito,

Em breve repouso a te cobrir com beijos!

Convida-me, pois, a conhecer tua morada,

A seguir os passos que foram teus...

A segurar com humildade a mão de Deus

Com asas de liberdade na alvorada!

Somos alma da mesma alma penitente

Fiz de ti o meu refúgio à luz do dia...

Vesti-me de luto na crença e n’agonia,

No pungir das horas inconsequentes!

Descansa em paz na eternidade...

A Flor que foste em vida dor e saudade,

Hás de permanecer envolta de mistérios;

Hei de te desvendar de quando em quando,

Tu hás de me ver sempre chorando...

Demo-nos as mãos no céu etéreo!

Uma Homenagem a FLORBELA ESPANCA

Oliveira Vilma
Enviado por Oliveira Vilma em 13/05/2024
Reeditado em 13/05/2024
Código do texto: T8062592
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