Silêncio

Há um silêncio em tudo que declina,

Nos gestos que se perdem no vazio,

No olhar que, em saudade, se ilumina,

E no eco apagado de um estio.

É no silêncio que a alma se confessa,

Desnuda em seus segredos mais profundos,

E cada sombra antiga recomeça

A contar suas histórias, sem segundos.

O mundo se dissolve em tal instante,

Em que a quietude envolve a existência,

E o tempo se desfaz, breve e distante.

Há paz no sussurrar da consciência,

Que encontra no silêncio, vigilante,

A voz oculta de sua essência.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 20/05/2024
Código do texto: T8067686
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