IMPÉRIO DOS SENTADOS

Resvala o descansado; em trono gasto;

Desvirginado em fios e conexões,

De coroa achatada co'orelhões

E uma haste de voz para repasto...

Lampeja o alapado dos galões,

No trono do decreto, indo d'arrasto,

Com coroa imunda, sem alabastro,

A ditar leis, demandas e ilusões...

Ressona o sentado, nos caminhos,

De coroa escondida, com espinhos,

Será vivo? - Mais parece não doer...!

E aqui, também sentado, vejo tudo

E a coroa que me cabe é de mudo

com caneta e papel... quem me vai ler?

22-05-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 22/05/2024
Reeditado em 22/05/2024
Código do texto: T8068810
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