"Amanhecer".
Amanhece... - e no simulacro da alvorada,
Deslizam três nuvens alvas qual chumaços de algodão,
Ali, perfiladas diante do véu de tênue azul e, então,
Ouço dos pássaros um côro em plena revoada.
Definir? Como? Sou poliglota, mas, não falo o passarês,
Por isso, apenas, ouço o sublime e terno canto,
E dos meus olhos brotam as lágrimas do pranto,
Pelo fugir d'alma lentamente o que? - meu helenês.
O idioma que me permitiria compor como se fosse inglês,
Tal qual pérolas da Fócida, o Terra compõe em helenês,
Que tanto encanta viventes do planeta.
O helenês que é reto e nunca jamais se desalinha,
E nos sonetos é a minh'alma que, enfim, definha,
Encarcerada nessa espécie de caixeta.