Ilusão
Eu deixo-me levar, sem perceber...
Ah! Não sei se me vou, ou se te espero.
A um só tempo, ser tua e não ser,
Pois que não vejo em ti amor sincero.
Tento velar-te minha imperfeição,
P’ra merecer de ti outros olhares,
Além dos poucos que meus já são.
Busco o aconchego de antigos sonhares.
A ilusão é meu conflito e dilema.
Tu reviveste em mim todo o poema,
Chegaste e inspiraste tantos versos!
Beijaste a minha fronte de alabastro
À luz do meu sorriso, triste e casto
E criaste p’ra mim outro universo.