Queimadura

Queimei a minha perna certa vez,

E assim eu conheci o fogo e tal.

Ainda não sei bem do bem e mal,

Porque quero crescer um tom por vez.

Porque andei na sombra eu quis do sol,

Um certo raio branco e um brilho só,

Que vai de sua franja em laço e nó,

E faz destes meus versos mais que rol.

Seus olhos mais que belos, brando olhar,

São mais do que meu berço pelo céu.

Espelham minha sina em carretel,

Adoçam minha vida pelo mar.

Você, serena estrela, minha flor,

Razão eterna e pura da não-dor.

Para minha filha Lavínea.