Soneto da mais profunda desilusão

Soneto da mais profunda desilusão

por Mestre Egídio

E disse-lhe eu, cravando em seu olhar profundo,

O meu olhar opaco, que luz não refletia:

Por onde anda o amor que tu juraste um dia

Que seria só meu enquanto houvesse mundo?

Bem sei que vais partir, sinto-me um moribundo,

Que o estertor retém em sua garganta fria,

Que por ti tudo fez, e muito mais faria....

...nada disse; e eu quedei-me ali meditabundo.

Sentindo-me afundar como um gusano imundo

No Paul pestilento que escavei um dia,

Por crer que o amor profundo que existia

em mim, era apoiado em seu amor profundo,

Que se foi, e é hoje o pântano nauseabundo

Onde afogo minha vida, a paz, a alegria,

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 15/01/2008
Código do texto: T818044