SONETO DE SAUDADE
A saudade já jaz, suavemente
Em mim. Do meu ser brota, ecoa
Como um címbalo vivo que soa...
É lembrança em mim tão dormente.
É saudade que arranha. Mascara
O eu, o nós, o ontem. Que mata!
Face fria que já não se encara.
Tão perdida. Não mais se declara.
Sim! É vaga no mar já perdida:
Aos poucos se vai. Não deixa rastro.
É sol poente. É luz banida.
Sim! É nau sem bandeira, sem mastro.
Memórias dum nós já desfeito.
Qual ferida sangrando no peito.