MENINA FLOR
 
Quem dera eu me perder na imensidão fagueira
Achando-me depois na fonte dos desejos
Onde eu mergulho e roubo suculentos beijos
Dos lábios dessa diva austera e feiticeira.
 
Sua pele aveludada exala a substância
Que me embriaga o ego ousado e sonhador
Buscando absorver o néctar da flor
Guardada no calor da sua reentrância.
 
E eis que na distância o meu olhar vagueia
Na chama dessa boca que arde e incendeia
A minha mão ardente que almeja tocá-la
 
Mas hei de padecer e me exaurir à míngua
Sentindo o seu sabor no ardor da minha língua
Nas quimeras secretas sem poder beijá-la.