A ÚLTIMA FLOR

Meu olhar tem as órbitas vazias

como uma lua pendurada no horizonte

e te sinto improvável como uma fonte

que entrelaça o mar velando os dias.

Sinto meu olhar tão tímido e ausente

que já nem sabem mais meus olhos

se a aurora que espero romper-se-á novamente;

é meu cosmos e caos, espuma e escolhos.

Meus olhos cheios de restos de infância

estão dissolvidos nas noites do teu rosto

como uma estrela triste na poeira da distância.

Não sou mais EU; sou barro e sal, ambigüidade;

em minha boca pousará além do beijo posto

a última rubra flor no fim da mocidade.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 02/02/2008
Reeditado em 02/02/2008
Código do texto: T843473