Complacência
Quem me dera... ser a aroeira
que verga ao sabor do vento
posterga ao relógio do tempo
com fama de boa madeira.
Quem me dera, ter o talento
do junco na corredeira,
bailando pela vida inteira
num tratado de consentimento.
Não queria ser a pedra dura,
prepotente... enfrenta a goteira,
até que a água mole lhe fura.
Nem ser o aço da talhadeira,
que pela dureza da têmpera pura
lasca-se na batida primeira.