À beira

À beira bar, vejo carranca.

Tapete estendido, varro barranco!

Na BR, carro? Não arranca.

Ao lembrar, pensamento em branco.

Na silhueta sinuosa tenho anca.

Ao correr, tropeço, fico manco.

Do filé que peço, recebo pelanca.

Da praça, sem graça, tenho banco.

Há quem caminhe em nuvem branca,

No tropeço não perde a panca,

Do telhado vítreo, sangue estanca.

Peco muito por ser franco.

Marcho às avessas do flanco.

Retórica do bom-senso espanco.

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panca: pose

flanco: lado de um exército