Soneto XXVI

Deus, Oh Deus soberano. Apieda-te do teu servo!

Como corre lentamente o tempo esta noite

que passo ao relento enquanto observo

o reflexo do céu no oceano sussurrante

Deus! Purgo meus pecados neste negro inverno

a indagar-te, solitario e descontente

a causa do duro castigo paterno

em que lançaste este desditoso amante

A solidão, sofrimento maior para o poeta

que nos versos lança uma torrente

de lágrimas em sangue de uma veia aberta

esvaindo-se as alegrias lentamente

pela mão sobre o papel, hesitante e inquieta

tornando a vida apenas um sonho vazio e dolente