Soneto à Mata Atlântica
O coro de animais, do vento, de cascatas,
Uma perfeita sinfonia natural!
A réstia de sol penetrando toda a mata
Jogo de cores em inspiração total...
Paro e olho tua magistral arquitetura,
Desse frágil cristal que tu és, oh rainha!
Nada sou frente à tua grande formosura,
À tua biodiversidade que tens — tinhas...
Ao admirar-te me deslumbro, mas em protesto!
Pois dada tamanha beleza do teu resto,
Como era o encantamento em tua totalidade?
Eu sei que em cada árvore tua consumida,
Sofres e sangras em seiva esta tua ferida...
Choro a dor do que nunca verei — com saudades...
****************************************************
soneto escrito em 1999 para o livro Mata Atlântica - Nossa Floresta em Perigo, mas com modificações, não sou a mesma de 9 anos atrás...