MALDIÇÃO

Quem se vê abandonado, sem amor
Por todos desdenhado e sem carinho:
Quem sofre a mais atroz e triste dor,
Quem, em silêncio, chora as mágoas sozinho.

Quem não pode descartado e esquecido
Buscar carinho entre todos deste mundo.
E a chorar vive como um vagabundo,
Sem ter quem lhe chame de querido.

Descansará desta vida tão ingrata,
Cheia de dias vazios, de tristeza infinda,
Que só aumenta a saudade que maltrata.

E lá naquele lugar soturno e triste:
Terá abrigo, numa fria e funda cripta,
Ao lado de tantos que a vida foi madrasta!

                    Vinhedo, 27 de fevereiro de 2008.