Feiticeira (Ouça o áudio disponível)
Que ventos, quais elementos ou de que noite cercada chegou?!
Em que fonte surgiu? Qual água a trouxe para envolver-me assim...
Como pode me aninhar em ti, com os olhos e um gesto apenas me tomou!
Que feitiço é este, que me subjuga de tal forma, em quais cinzas surgiu?
Qual raio a fez chegar, com tal brilho em sua vista, encanta e prende...
Em qual terra nasceu esta feiticeira que me causa o pranto e a sede!
Que desejo é este que me faz segredos aos ouvidos e é ardente
Como o fogo me queima sem ter a lavareda, como pode tal chama?
Tal pragal, de árido trato se faz brasa no ventre e é enchente
Como, as marés de violento achego, sem defesa na breve manhã
Comiseráveis desejos e infausto sonho de rogo infinito tem!
Turbilhão de ensejos, gestos e sorrisos, que engodo me fez; vida!
Arriado e entregue sou de corpo e alma, teu sou para as águas do mar!
Dos mais profundos as mais longínquas dimensões astrais me inundaram de ti!
Feiticeira!