Soneto V - Epitáfio

À vida! povoada de sonhos e ilusões

traduzida num verso sem razão

bebamos à ela com o mesmo fervor das paixões

que arrebatam de um mancebo o coração

e na palidez paciente do libertino

que ébrio espera o ocaso

espelhemos o nosso destino

jogado nas mãos do acaso

À morte, não neguemos o nosso futuro

que ela leve nosso corpo

mas que nossa alma não feneça em berço impuro

e às rosas que repousarão sobre este infeliz poeta

deixo estes versos como epitáfio

pois neste mundo nada mais me resta