Soneto da dúvida
Da tortura de procurá-lo por caminhos incertos
Me resta a volúpia de momentos incompletos
Sentada à beira do precipício
Com um olhar de perdido
Feroz angústia de esperar os minutos
Diluindo toda esperança em restos
Pisando os terrenos da loucura
E eu espero a sua demora
Nos dias de fossos e fossos infinitos
Posso então quase tocar os infernos
Criminosa ouvindo meus desejos
É o fim da certa verdade, dum pedaço
E aperto o peito, o colo, num abraço
E na dúvida todo meu cansaço