Do Vento
Não basta que a palavra seja dita,
Escrita, pois na aurora de alguns versos
Dispersos no poema ou nele imersos,
Inversos pela ordem mais bonita.
Palavras são do vento, não são tuas,
Quais luas no vazio da oração.
Se não, a quem pedir por água e pão,
Razão para expressar o tom das ruas?
No ego destas letras dorme e espera
A mera e santa dama da poesia,
Que em dia brilha em trovas, alegria,
E cria a noite em rimas, primavera.
Quem dera fosse dono do que basta
Em casta harmonia, a mais vasta...