BEIJOS

 

Beijos que nascem em delírios extremos,
em ondas de gelo, em lírios bambinos,
sofrem, alquímicos, no ser os desvelos
de quem não compreende um luto menino.

Beijos que trilham o caminho dos sábios
em dias de gozo e de dor conscientes
ameaçam desaguar para dentro dos lábios
as lágrimas turvas da saudade inerente.

Que a rosa nunca fosse uma tortura imensa
no beijo que a vida não dá em recompensa
ao sonho dos lábios pelo gosto dos céus.

Se a alma num beijo pode ir ao calvário,
também pode, um dia, mudar o itinerário
da dor e sentir em seu lábios o toque de Deus.



 

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 07/03/2008
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T890608
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