FIQUEI SEM NADA, MAS RESTOU-ME TUDO

Sinto-me hoje um órfão de agonia,

Viuvo sou da pútrida avareza;

Abandonado fui pela tristeza,

Nos braços benfazejos da alegria.

Passeio, nu de inveja, na avenida

Dos sonhos, com a fé e a esperança;

Faço do idoso quieto, uma criança,

Que pula, grita, ri e canta a vida.

Não quero mais desgosto em minha frente,

Quero viver meus dias mais contente,

Quero enfrentar, sem lastimar, a dor.

Por isso procurei outro caminho:

Tirei, do ódio, o derradeiro espinho

E na minh'alma só ficou o amor.

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Sá de Freitas
Enviado por Sá de Freitas em 07/03/2008
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