Soneto do Moribundo
São lãminas cortantes este teu olhar
Que retalham a alma e fazem sangrar
Um coração que aqui habita e só sabe sonhar
Sonha com o teu peito também a palpitar
Sonha que o doce véu do desejo caia para o amor entrar
Amor que só existiu em mim,morreu e foi sepultado
Cova rasa,com flores roxas e petrificado
Foi calado no seu grito de fervor
Morreu talvez pelo horror,por não aguentar tanta dor
De só existir o desejo,com medo ficou mudo
Se fechou em sua cela de pedra trancada pelo tormento
Onde se encontra com o silêncio de seu mundo
E eu que edificava sonhos de princesa
Agora vivo com um coração muribundo