VIANDANTE

Por muito tempo andei faminto e errante,

Que os prazeres da vida converti-os

Em poemas das formas, em sombrios

Pesadelos da carne palpitante.

No derradeiro sono, instante a instante,

Vi fanarem-se anseios como fios

De ilusão transformada em sopros frios,

Sobre o meu peito em febre, vacilante.

Morte, no teu portal a alma tateia,

Espia, inquire, sonha e chora, cheia

De incerteza na esfinge que tu plasmas!...

Impassível, descerras aos aflitos

Uma visão de mundos infinitos

E uma ronda infinita de fantasmas.

Jaubert

Jaubert
Enviado por Jaubert em 11/03/2008
Código do texto: T896196