Sangrando

Era para ser logo ,nada mais pensar,

Esticar o verso nas linhas ondulantes.

Deitou a inspiração a espreguiçar ,

Não acordando a lua, nem horizontes.

Sem guardar um pedaço do ontem ,

A palavra estagnou na água parada.

Nulos os sonhos das estrelas caladas ,

Nos ventos agonizantes em escalada .

A pedra endureceu, ruminou o ar,

Enquanto a poesia sufocada ,

No peso do corpo a delirar, sangrar .

Um arrepio, uma estacada ,

Um som surdo, uma pancada

E uma lâmina afiada, uma facada!

20/03/08

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 21/03/2008
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