Psicografia de uma sombra para Augusto dos Anjos
Eu sou a própria sombra de Augusto,
desassombrada, hávida de morte.
A sombra triste, aquela triste sorte,
que o seguiu qual prócere dos justos.
A sombra que lhe deu o curvo porte;
Dama de honor daquela alma dura...
Espectral... eu sou a tal figura
que o fez em vida súdito da morte.
Eu sou também a sombra dos sonetos;
de cada verso único, perfeito...
com que bendisse a morte ou a vida.
Eu sou a própria sombra de Augusto,
que não morreu e vive a todo custo
na busca de um verso suicida.
Eu sou a própria sombra de Augusto,
desassombrada, hávida de morte.
A sombra triste, aquela triste sorte,
que o seguiu qual prócere dos justos.
A sombra que lhe deu o curvo porte;
Dama de honor daquela alma dura...
Espectral... eu sou a tal figura
que o fez em vida súdito da morte.
Eu sou também a sombra dos sonetos;
de cada verso único, perfeito...
com que bendisse a morte ou a vida.
Eu sou a própria sombra de Augusto,
que não morreu e vive a todo custo
na busca de um verso suicida.