Poesia Amarga
Senti o teu verso de leve no rosto
E um gosto sem rima tingiu os meus dentes
Carentes do orvalho, daquilo que sentes
Se mentes a letra por puro desgosto.
Qual verbo resiste ao silencio que exalas
Nas falas amenas que travas comigo?
Prossigo nas linhas, defino um artigo
E sigo esta estrada sem nada nas malas.
Procuro outro verso que a boca carece
E a prece não vale o esforço que faço,
Escasso entre os seres, no escuro do baço,
Eu caço a mim mesmo no meio da messe.
Se desce do céu o seu veto final,
No sal vou dormir meu poema afinal