Soneto da Madrugada

Enquanto passam horas, aceleradas,

Vigiando os sonhos, e também verdade,

Voam, por entre noites frias e estreladas,

As almas puras, abençoadas. Saudade.

A dor que bate forte, dentro do peito,

Levando para longe, toda maldade,

Deixa ansiedade, que toca, não tem jeito,

Por ser lá dentro, cinzel sinceridade.

Varrendo todas lágrimas, que em outrora,

Escorriam soltas, sim, pelos nossos rostos,

Pela tristeza, toda, que não é de agora,

Mas que cedo se rende, poder que aflora,

E ser o amor que emerge. Estamos nós, apostos,

Para nos prestar, o amor, viver afora!

Nice Aranha