SONETO (quista senhora).
Que mal realmente não me arde,
Minha senhora, ditosa tua formosura,
Ti camuflas tua face gentil, fartura,
Querer-vos ver-me como covarde,
Que deverdes ser essa vossa arte,
Se maior amor esse que se prega,
Quererdes vós o meu e não renega,
Deleitosa senhora me enlaçar-te,
Que acho meu estado meio incerto,
Que desvirtua meu contentamento,
Tremendo em ardor sossegado,
Que dói espinho da rosa que aperto,
Vendo da n’alma vosso mantimento,
Enquanto verdes meu descontentado,