ABAIXO OS CAPATAZES

Não há como fugir às minhas responsabilidades

de poeta que escreve para o povo só e alienado

Escrever é um acto de entrega às sensibilidades

mais puras, que ouvem o que lhes é ensinado…

Assim escrevendo sem quaisquer amabilidades

urdi mil estradas, e propus caminhos, olvidados

pois a miséria colhe discernimentos e vontades

ao homem que ganha uns míseros desgraçados

Todo o dia, na metalúrgica, ou nas construções

arriscando suas próprias vidas, não se queixam

da grilheta ferindo-lhes a carne e putrefacções

Mas as coisas, não têm de ser assim, ofertadas

de mão beijada aos patrões, se tiram e deixam

mais difíceis se tornam aqui as vossas jornadas

Jorge Humberto

30/03/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 31/03/2008
Código do texto: T924447