Sandália
Volto à sala vazia de seu cheiro,
Qual veleiro à deriva no horizonte.
Onde a ponte ou a guia em seu luzeiro
Ou cinzeiro que seirva o norte e aponte?
Sua fronte, na espera de um afago,
Deita ao vago na cama preenchida,
Mal dormida quimera e agora estrago
Que divago qual dama de outra vida.
Na ferida dos dedos a sandália,
Tal qual dália enterrada no seu vaso.
Busco acaso e segredos, lá na Itália,
Sou idália que nada até no raso.
Mas em prazo confesso o meu sofrer
ao querer seu regresso em meu viver.
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Meus primeiros passos em "Cançao de amigo", Voz lírica feminina.