Sinceridades de poeta I

Poeta, tu fingistes tanto no verso e meu coração,

pequeno, frágil e sangrando eu te dei, dilacerado,

ofertei em prazer como se o pudesses ter na mão,

como se ele pudesse ser, por fim, todo esmagado...

Tu mentistes, como mentiu, a mim, minha alma

que, ao abandonar-me, disse-me um dia voltar,

foi-se ela atrás de quem vivia a tirar-me a calma,

como se fosses tu seu dono e eu pudesse esperar.

Tão só deixou-me, poeta fingidor; castigou-me,

ficou com o meu coração e minh'alma vagante,

fartando-se do amor que em verso despertou-me;

E hoje, sigo desvalida, incompleta e aos pedaços,

- sou como a bruma etérea, alquebrada e errante -

que está ao amante, mas não o tem nos braços...

Sampa, 06.04.2008

http://versosprofanos.blogspot.com/